09 janeiro 2013
Olá Galera,

Recebi a seguinte pergunta da leitora Daniela Freitas, de Nova Lima/MG:

Oi Cintia,

Namoro há 1 ano e meio e me considero muito ciumenta. Gostaria de saber Até que ponto os ciúmes podem prejudicar uma relação? Obrigada! Daniela.

Bom, uma forma bem curta de responder a sua pergunta é com a seguinte frase: "Todo Excesso é prejudicial". Mas você deve ter ouvido essa expressão um milhão de vezes, com certeza. O desafio então e saber quando o ciúme se torna excesso. 

Não é segredo para ninguém que é praticamente impossível você gostar de algo (pessoa ou até mesmo objeto) sem ter ciúmes. O ser humano ainda não atingiu esse grau de desapego em sua evolução. Sendo assim, temos a tendência de não gostar de dividir (de jeito nenhum!!!) aquilo que amamos, ou pelo menos, julgamos que seja nosso.

Até ai tudo bem. O Ciúme é um "mal" compartilhado por todas as pessoas de todas as gerações e civilizações e socialmente aceitável. Quando então esse apego exagerado vira patologia? 

Segundo Ballone em artigo publicado no Portal PsiqueWeb o ciúme é uma emoção humana extremamente comum, senão universal, podendo ser difícil a distinção entre ciúme normal e patológico (Kast, 1991). Na verdade, pouco se sabe sobre experiências e comportamentos associados ao ciúme na população geral, mas em um estudo populacional, todos os entrevistados (100%) responderam positivamente a uma pergunta indicativa de ciúme, embora menos de 10% reconheceu que este sentimento acarretava problemas no relacionamento (Mullen, 1994).

O ciúme pode ser um conjunto de emoções desencadeadas por sentimentos de alguma ameaça à estabilidade ou qualidade de um relacionamento íntimo valorizado. As definições de ciúme são muitas, tendo em comum três elementos:
1) ser uma reação frente a uma ameaça percebida;
2) haver um rival real ou imaginário e;
3) a reação visa eliminar os riscos da perda do objeto amado.

Em psiquiatria o Ciúme Patológico aparece como sintoma de diversos quadros, desde nos Transtornos de Personalidade até em doenças francas. Enquanto o ciúme normal seria transitório, específico e baseado em fatos reais, o Ciúme Patológico aparece como uma preocupação infundada, absurda e emancipada do contexto. Enquanto no ciúme não-patológico o maior desejo é preservar o relacionamento, no Ciúme Patológico haveria o desejo inconsciente da ameaça de um rival (Kast, 1991).

O importante Dani é observar quando o ciume é disfuncional, ou seja, quando prejudica o relacionamento. Ou seja, quando há o excesso. Quando você estiver desconfiada por exemplo, tente avaliar se sua desconfiança tem algum evidência concreta, ou se está baseada no "eu acho" ou "eu sinto". Avalie também a frequência das suas crises de ciumes. Quando como diria minha amiga "Tá demais!" é hora de ficar alerta. No mais, um ciuminho de vez em quando faz bem e até esquenta a relação. É sinal de que você se importa com o outro e que ele é importante para sua vida.

Espero ter contribuído. Ah, e para quem acredita que o ciúme "Tá demais" vale a pena buscar ajuda de um profissional, psicólogo ou psiquiatra, para investigar melhor e garantir uma relação saudável. 

Pense no ciúme como num regador para o amor. Em quantidade adequada, faz florescer. Em exagero faz extiguir.

Abraços,

Cintia C.

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Psicologa de Profissão, Atleticana de Coração e Blogueira de desocupação. Não necessariamente nessa ordem. Futuramente, pretende fazer o que faz todas as noites: Tentar dominar o mundo.

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